OpenAI disponibilizará o gerador de vídeos a partir de texto, o SORA, para o público ainda este ano. A ferramenta promete alta fidelidade e a possibilidade de sons no futuro.
A OpenAI, empresa de pesquisa em inteligência artificial, anunciou a liberação pública do Sora, software capaz de gerar vídeos a partir de descrições textuais. A novidade, prevista para “alguns meses” ainda em 2024, agita o mercado de criação de conteúdo e promete democratizar a produção de vídeos realistas.
OpenAI Sora: Realidade Virtual ao Alcance de Todos
Exibido pela primeira vez em fevereiro, o Sora impressionou pela capacidade de criar cenas complexas e hiper-realistas baseadas em comandos escritos. Inicialmente restrito a artistas visuais, designers e cineastas, o software gerou grande expectativa com o vazamento de vídeos realistas em plataformas como o YouTube.
Além da liberação pública, a CTO da OpenAI, Mira Murati, revelou planos para incorporar áudio ao Sora, tornando as cenas ainda mais imersivas. A empresa também pretende permitir a edição do conteúdo gerado, uma vez que ferramentas de IA nem sempre produzem imagens perfeitas. “Estamos tentando descobrir como usar essa tecnologia como uma ferramenta de edição e criação para as pessoas”, declarou Murati ao The Wall Street Journal.
Um ponto que levanta questionamentos é a origem dos dados utilizados para treinar o Sora. Murati evitou detalhes, afirmando apenas que se trata de “dados públicos ou licenciados”. A executiva também não confirmou o uso de vídeos de plataformas como YouTube, Facebook e Instagram, mas admitiu a utilização de conteúdo da Shutterstock, parceira da OpenAI.
Outro aspecto que merece atenção é o custo computacional do Sora, considerado “muito mais caro” de operar. A OpenAI busca torná-lo acessível a preços similares ao DALL-E, gerador de imagens da companhia, quando for lançado ao público.
Exemplos do potencial do Sora podem ser conferidos em nossa materia anterior sobre essa tecnologia, confira aqui!
Desafios e dilemas da era da IA: Sora e o futuro da informação
À medida que nos aproximamos das eleições presidenciais americanas de 2024, a preocupação com ferramentas de IA e seu potencial para disseminar desinformação aumenta. Murati afirma que, assim como o DALL-E, o Sora provavelmente não poderá gerar imagens de figuras públicas. Os vídeos contarão com uma marca d’água para diferenciá-los da realidade, mas como ressalta Emilia David, jornalista da companhia, marcas d’água não são uma solução infalível.
A chegada do Sora abre portas para um futuro onde a criação de conteúdo audiovisual se torna acessível a um público mais amplo. No entanto, há uma parcela significativa de governantes que acredita ser fundamental estabelecer mecanismos de controle para evitar o uso indevido da tecnologia e o surgimento de “deepfakes” cada vez mais convincentes, por vezes julgando os usuários e a população em geral incapazes de ver algo e compreender se é ou não real. O debate sobre ética e regulação da inteligência artificial torna-se ainda mais urgente diante de ferramentas tão poderosas como o Sora.
Fonte: theverge.com
