Inteligência Artificial: Hype ou realidade?

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Apesar do burburinho, nova pesquisa indica que poucas pessoas utilizam ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT no dia a dia.

Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) é um dos temas mais comentados do momento. Gigantes da tecnologia como Apple e Microsoft investem pesado em pesquisa e desenvolvimento, apostando no futuro dessa tecnologia. Mas será que a IA é apenas hype ou já faz parte da rotina das pessoas?

Uma nova pesquisa realizada pelo Reuters Institute e pela Universidade de Oxford, e divulgada pela BBC, indica que apesar de todo o entusiasmo em torno da IA, poucas pessoas realmente usam ferramentas como o ChatGPT. O estudo entrevistou 12.000 pessoas em seis países e descobriu que apenas 2% dos participantes utilizam IA diariamente.

O relatório aponta que o público jovem (entre 18 e 24 anos) demonstra maior interesse pela IA e tende a integrá-la em suas atividades. Porém, o autor principal da pesquisa, Dr. Richard Fletcher, ressalta em entrevista à BBC que a empolgação em torno da IA não reflete necessariamente o interesse do público geral. “A maioria das pessoas está confundindo o hype com o interesse público”, afirma Fletcher.

Essa constatação parece se confirmar em outras pesquisas. Uma enquete realizada pelo site Windows Central revelou que metade dos leitores nunca utilizaram o Copilot, ferramenta de IA da Microsoft. A pesquisa foi realizada no momento em que a Microsoft testava uma nova forma de lançar o Copilot, tornando-o acessível com um simples toque na barra de tarefas.

Mas isso significa que a IA não tem futuro? Não necessariamente. Curiosamente, um relatório separado da Appfigures indica que o lançamento do GPT-4, modelo de IA da OpenAI com capacidade de raciocínio em texto, áudio e imagem em tempo real, coincidiu com o maior aumento de receita e downloads do ChatGPT para dispositivos móveis.

O que pode estar atrasando a adoção da IA pelo público geral?

Especialistas apontam receios relacionados à privacidade, segurança e casos de uso bem definidos. Um exemplo é o recurso Windows Recall da Microsoft, previsto para chegar ao Windows 11 em junho. O Windows Recall funciona como uma cápsula do tempo, capturando instantâneos de tudo o que o usuário faz no PC, permitindo consulta futura. Ou seja, com a promessa de a IA registrar tudo para poder ajudar e agilizar ações cotidianas, por meio dessa ferramenta a Microsoft teria acesso, direta ou indiretamente, a todos os passos que os usuários executam em seus computadores pessoais, textos escritos, logins e senhas digitadas, pastas e arquivos acessados, e tudo mais relativo ao uso, criando uma biblioteca de todas as suas ações que poderia ser facilmente acessada e pesquisada.

Apesar da Microsoft garantir que o recurso é 100% focado na privacidade e funciona como opt-in (requer ativação manual), usuários nas redes sociais demonstram preocupação com segurança e privacidade. Alguns chegam a comparar o recurso a um episódio da série Black Mirror. O órgão regulador de proteção de dados do Reino Unido já está investigando algumas das questões levantadas.

A Microsoft promete não utilizar os dados acessados pelo Windows Recall para treinar seus modelos de IA. Atualmente, o recurso está disponível apenas para PCs Copilot+ equipados com NPUs poderosos. No entanto, já se sabe que o Windows Recall pode funcionar em hardwares não suportados, embora com desempenho comprometido.

A pesquisa e o receio do público em relação a recursos como o Windows Recall reforçam a necessidade de transparência e clareza por parte das empresas de tecnologia no desenvolvimento e implementação da IA. É fundamental que a IA seja desenvolvida de forma ética e responsável, priorizando a privacidade e a segurança dos usuários. Só assim a IA poderá se tornar, de fato, uma ferramenta útil e integrada ao cotidiano das pessoas.

Fonte: windowscentral.com

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