O Gmail, lançado em 1º de abril de 2004, prometia email grátis com 1GB de armazenamento, algo surreal na época. Mas será que era bom demais para ser verdade?
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Imagine uma conta de email gratuita com 1 GB de armazenamento, capaz de pesquisar suas mensagens e organizar automaticamente a sua caixa de entrada. Em 2004, isso parecia piada de 1º de abril.
Muito Bom para ser Verdade?
Era exatamente o que muita gente pensou quando o Google anunciou o Gmail. Naquela época, serviços de email como Yahoo! Mail e Hotmail ofereciam armazenamento em torno de 4MB. A proposta do Gmail era centenas de vezes mais generosa, gratuita e com recursos inéditos. Mas havia um porém. Um “custo oculto”.
O Preço da Gratuidade
Hoje parece surreal, mas antigamente compartilhar todos os seus dados com uma empresa privada em troca de um serviço gratuito não era a regra. O Gmail marcou uma mudança radical na estratégia (e ética) do Google. Para desfrutar dos recursos inovadores, os usuários precisavam concordar com a coleta de suas comunicações e dados associados. Essas informações valiosas serviriam para exibir anúncios personalizados e patrocinados diretamente no Gmail.
A Preocupação com a Privacidade
As cláusulas ocultas nos termos de uso do Gmail rapidamente despertaram receio. Críticos de tecnologia e defensores da privacidade enviaram uma carta aberta aos cofundadores do Google, Sergey Brin e Larry Page, questionando os princípios do serviço. “Digitalizar comunicações pessoais dessa forma é abrir um precedente perigoso”, alertaram.
Sucesso Apesar da Polêmica
Apesar das preocupações, os recursos do Gmail eram imbatíveis. O lançamento gradual, com convites exclusivos, só aumentou o hype e o transformou em um serviço premium. O sucesso foi tanto que alguns chegaram a pagar US$ 250 no eBay por códigos de acesso.
O Gmail se Torna o Rei do Email
O Gmail finalmente se tornou gratuito para todos em 2007. Em 2012, com mais de 425 milhões de usuários ativos, já era o serviço de email mais popular do mundo e um dos cofres de dados online mais desejados.
O Fim da “Espionagem” (ou será que não?)
Só em 2017, após muita pressão, o Google concordou em encerrar a prática de escanear emails para fins publicitários. No entanto, o estrago já estava feito. Hoje, trocar serviços “gratuitos” por dados pessoais é padrão para grandes empresas de tecnologia como Meta e Amazon. O Google ainda encontra maneiras de coletar dados de usuários do Gmail por meio de aplicativos de terceiros. Com 1,5 bilhão de contas ativas, é uma fonte de informação lucrativa.
A Piada Continua
A obsessão do Google em implementar inteligência artificial em seus produtos abre um novo capítulo no debate de privacidade online, iniciado há 20 anos com o Gmail. Embora lançado em 1º de abril, a piada do Gmail parece ter se tornado realidade para os usuários, que ainda abrem mão de certa privacidade em troca de conveniência.
Fonte: popsci.com