Partidas da Apex Legends Global Series são interrompidas por hacks ao vivo, obrigando a organização a suspender o torneio de $5 milhões.
Dois incidentes inusitados movimentaram a Apex Legends Global Series, um dos principais campeonatos do popular jogo de tiro em arena. Durante partidas transmitidas ao vivo, dois jogadores profissionais tiveram suas contas aparentemente invadidas por hackers, forçando a organização a adiar a competição milionária.
O caso envolve Genburten e ImperialHal, figuras de destaque no cenário competitivo de Apex Legends. Em ambos os casos, os atletas exibiram comportamentos incomuns durante as partidas, indicando a ativação repentina de cheats (programas ilegais que concedem vantagens indevidas).
Genburten e ImperialHal hackeados ao vivo!
“Espera, que diabos? Estou sendo hackeado, cara, estou sendo hackeado!”, exclamou Genburten em meio ao jogo, segundo um vídeo publicado em sua conta na plataforma X e posteriormente compartilhado em diversos canais do YouTube.
As imagens mostram o momento em que Genburten passa a visualizar outros jogadores destacados no mapa, mesmo aqueles escondidos atrás de paredes. Essa habilidade ilegal, conhecida como “wallhack”, permite enxergar inimigos através dos obstáculos do cenário.
Instantes antes do incidente, uma janela suspeita surge na tela do jogador, contendo o que parece ser um menu de ativação de cheats, intitulado “TSM HALAL HOOK”. O chat da partida, controlado por um programa automatizado, também exibe uma mensagem supostamente enviada pelos hackers: “Hackeando Apex Global Series, por Destroyer2009 & R4andom”.
Porém, ao analisar o vídeo, outros jogadores e expectadores perceberam coisas erradas antes mesmo do hacker propositalmente deixar a janela do programa hack surgir na tela. As flechas disparadas pelo Genburten não estavam indo na direção do oponente que ele estava mirando, mas elas simplesmente iam para cima em direção à outro player em outra área do mapa. A kill que ele fez na verdade, não foi do alvo em que ele estava vendo, mas como ele provavelmente estava na adrenalina do momento, não percebeu na hora.
Similarmente, ImperialHal experimentou uma situação caótica em sua partida. “Estou trapaceando, estou trapaceando, estou trapaceando!”, declarou o jogador ao perceber o direcionamento automático de seus tiros contra os adversários, uma técnica conhecida como “aimbot”. “Eu tenho mira automática!”, repetia ImperialHal, frustrado com a situação. “E se eu simplesmente não atirar? E se eu simplesmente não atirar?”
Com a intenção de que os organizadores suspendessem a partida, para que seu time não fosse prejudicado com um jogador a menos. Como aconteceu na rodada anterior onde o Genburten decidiu rapidamente sair da partida para não tomar algum tipo de punição [e com ele seu time], porém deixando a sua equipe com um membro a menos e a partida não foi suspença.
Diante desses acontecimentos alarmantes, os organizadores do torneio anunciaram a suspensão imediata das partidas e o adiamento da competição. “Devido ao comprometimento da integridade competitiva desta série, tomamos a decisão de adiar as finais [da América do Norte] no momento. Compartilharemos mais informações em breve”, informou a conta oficial do Apex Legends Esports na plataforma X.
Até o momento, as causas exatas do incidente permanecem desconhecidas. A Electronic Arts, editora do Apex Legends, não respondeu prontamente aos pedidos de esclarecimento da comunidade. Tampouco os jogadores Genburten e ImperialHal se pronunciaram oficialmente sobre o ocorrido.
E o Anti-Cheat do Apex Legends?
Na segunda-feira, a Easy Anti-Cheat, empresa responsável pelo sistema anti-trapaça utilizado no Apex Legends e outros jogos, descartou a possibilidade de uma vulnerabilidade crítica em seu software. Essa falha, conhecida como “Remote Code Execution” (RCE), permitiria a execução remota de códigos maliciosos nos dispositivos dos jogadores.
“Investigamos os recentes relatos de uma possível vulnerabilidade RCE no Easy Anti-Cheat. Neste momento, estamos confiantes de que não há nenhuma vulnerabilidade RCE sendo explorada no EAC. Continuaremos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros para qualquer suporte adicional necessário”, comunicou a conta oficial do Easy Anti-Cheat na plataforma X.
O caso levanta discussões acaloradas sobre a segurança no cenário competitivo de esports. A indústria de jogos eletrônicos enfrenta um desafio constante no combate a softwares ilegais que minam a integridade das partidas e a justiça da competição. A expectativa é que a organização do torneio e a desenvolvedora do jogo tomem medidas rigorosas para investigar o ocorrido, punir os responsáveis e aprimorar os sistemas de segurança a fim de evitar incidentes semelhantes no futuro.
Fonte: techcrunch.com