A espera acabou! Depois de anos observando o mercado, a Apple finalmente se joga de cabeça na nova “plataforma” da realidade mista com o lançamento do Apple Vision Pro. Anunciado durante a WWDC, a conferência anual de software da empresa, o headset marca um passo ousado da Maçã, que costuma esperar a tecnologia amadurecer antes de entrar na dança.
Mais que um visor, uma nova forma de ver o mundo
Diferente de headsets VR que isolam o usuário por completo, o Vision Pro permite a visualização do mundo real combinado com elementos digitais sobrepostos. A novidade foi apresentada por Tim Cook, CEO da Apple, em um vídeo pré-gravado: “É o primeiro produto que você olha através, não para”, disse ele. “Você pode ver, ouvir e interagir com conteúdo digital como se estivesse presente no seu espaço físico. Não está mais limitado por uma tela.”
Cook comparou o impacto do Vision Pro ao do iPhone na mobilidade, sugerindo que a nova plataforma irá revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia. Disponível a partir do início do ano que vem por US$ 3.499, o headset conta com recursos como telas 4K, câmeras infravermelhas e tecnologia proprietária que elimina a limitação do campo de visão, um problema comum em outros headsets AR.
Destaques que prometem uma experiência imersiva e intuitiva:
- Dial de realismo: Alterne facilmente entre realidades mista e virtual com um simples toque.
- Controle por voz: Use o Siri para abrir apps, reproduzir mídia e interagir com o headset de forma natural.
- Áudio espacial: Pequenos alto-falantes na headband criam uma experiência sonora realista e imersiva.
- Tecnologia Eyesight: Veja pessoas reais próximas mesmo quando estiver usando o modo VR mais imersivo.
- Câmera 3D integrada: Capture fotos e vídeos em 3D diretamente do headset e crie seu próprio avatar realista.
- Ampla integração com apps: Use aplicativos nativos Apple, como FaceTime, e aproveite a chegada de novas opções desenvolvidas por terceiros.
Apple entra em um mercado em fase de transição
A estratégia da Apple de esperar o momento certo para lançar novos produtos tem funcionado bem, mas sua chegada ao mundo da realidade mista levanta dúvidas. VR e AR existem há décadas, mas ainda não conquistaram o grande público. As vendas de headsets VR caíram mais de 20% em 2022, e o interesse dos investidores também diminuiu nos últimos anos.
Apesar dos desafios, o Meta Quest, headset VR mais acessível do mercado, vendeu bem, com cerca de 20 milhões de unidades desde o lançamento. A empresa até anunciou o Meta Quest 3 às pressas para se antecipar à Apple.
Mas mesmo com esse sucesso moderado, o Meta Quest Pro, modelo mais caro da marca, não empolgou. E a companhia já investiu bilhões em sua estratégia de “metaverso”, sem muito retorno até agora.
Uma injeção de ânimo para o futuro da realidade mista?
Com a chegada da Apple, alguns especialistas acreditam que o mercado de realidade mista pode finalmente decolar. Analistas preveem crescimento de 14% em 2023 e nos próximos cinco anos, impulsionado pelo Vision Pro e outros lançamentos esperados.
Peggy Johnson, CEO da Magic Leap, empresa pioneira em AR, vê a entrada da Apple como positiva: “Ajuda todo o ecossistema. É uma grande validação”. Desenvolvedores também estão animados: “Pode ser um momento ‘Tesla Roadster’ para a realidade mista”, diz Anand Agarawala, da Spatial.
O novo headset da Apple será um brinquedo caro ou o início de uma nova era? Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a Maçã deu uma mordida significativa na realidade mista, e isso promete movimentar bastante o cenário tecnológico.
Fonte: wired
